Trabalha, trabalha, nêgo
Trabalha, trabalha, nêgo

Nêgo tá moiado de suó

Trabalha, trabalha, nêgo
Trabalha, trabalha, nêgo

As mãos do nêgo tá que é calo só

Trabalha, trabalha, nêgo
Trabalha, trabalha, nêgo

Ai “meu Sinhô” nêgo tá véio
Não agüenta esta terra tão dura,
tão seca, poeirenta...

Trabalha, trabalha, nêgo
Trabalha, trabalha, nêgo

Nêgo pede licença prá pará

Trabalha, trabalha, nêgo
Trabalha, trabalha, nêgo

Nêgo não pode mais trabaiá
Quando o nêgo chegou por aqui
Era mais vivo e ligeiro que o saci
Varava estes rios, estas matas, estes campos sem fim
Nêgo era moço, e a vida, um brinquedo prá mim
Mas esse tempo passou
E essa terra secou...ô ô
A velhice chegou e o brinquedo quebrou...
Sinhô, nêgo véio tem pena de têr-se acabado
Sinhô, nêgo véio carrega este corpo cansado...

Terra Seca
(Ary Barroso)


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